domingo, 9 de março de 2008

Tempo - encantadora ignorância




Estou inerte diante da vida.Sinto-a passar por mim como a luz atravessa o vidro, tão devastadora quanto a pressão da chuva na areia, capaz de transformar ao longo do tempo um ser em outro, moldá-lo, deixando-o ora mais forte, ora mais frágil.


Essa é a ação da vida sobre mim. E sobre você.


Estamos todos vivendo em função do tempo, mas quem inventou o tempo? Como dizia em um filme, o qual não me recordo o nome agora: "Cada pessoa tem seu tempo, as formiguinhas tem um tempo só delas, a água também tem seu tempo..." Tal frase me fez pensar em quão banal é a vida hoje. O tempo determina quando você deve aprender, quando você deve amar, quando você está novo demais, quando se está velho demais.


O "quando" é uma palavra que deveria sair do nosso vocabulário.Quem determina o que você é ou como você está, é você, só você. Uma pessoa não pode ser julgada incapaz de determinada função por ser novo ou velho demais.


Na verdade, ninguém deve ser julgado.E agora? O que fazer? Olho para as outras pessoas e vejo o tempo agir sobre elas.


Quem me dera se o tempo as tornasse mais inteligentes, mais seletivas, mais amigas, mais cultas, sábias e menos inocentes. Inocentes diante da vida, inocentes por não serem capazes de dominar o tempo, dominar principalmente o que o tempo vai fazer com elas.Tento, realmente tento, aprender alguma coisa com cada lágrima, com cada sorriso, com cada dor, cada olhar. As pessoas me encantam.

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